quinta-feira, 24 de maio de 2012

Analogia - Allana B.

Ângela veio ao Brasil, nunca havia comido brigadeiro.
Certo dia experimentou brigadeiro pela primeira vez. Adorou.
Mas era algo incerto, indescoberto, e Ângela não podia se jogar de cabeça. Foi comendo aos poucos, pelas beiradas, até que se acostumou com o sabor maravilhoso do doce.
Então Ângela conheceu o melhor brigadeiro, feito na melhor fábrica do mundo.
Ela provou o brigadeiro e gostou tanto, mas tanto, que preferiu guardar para mais tarde. Então, quando sentia vontade, pegava, tocava, cheirava, mas nunca comia. Estava guardando para a hora certa.
Até que o dia chegou. Cansada após uma longa corrida na praia, Ângela abriu a gaveta de roupas e lá estava, meio que sem querer, o brigadeiro.
Animada, excitada, tomou o doce em suas mãos e, para sua surpresa, o brigadeiro estava mofado.
Tirou todas as roupas da gaveta em busca de um outro brigadeiro, um brigadeiro bom, mas não havia nenhum ali.
O tempo havia passado, o brigadeiro havia estragado.
E não importa o quão doce e delicioso o brigadeiro tivesse sido um dia, ou o quanto ela desejava desesperadamente comê-lo naquele momento, tudo o que podia fazer ela lembrar... Lembrar e se perder na saudade dos atos que não teve tempo de cometer.

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