sábado, 29 de setembro de 2012
-- - Allana B.
Suas palavras desaguam
Em meros fozes-olhares
Que soluçam silenciosamente
Então deixe-me afastada
Longe de cada possível chance
De contado imediato
Eu não quera novas faíscas
Eu não quero novas chamas
Novas, novas queimaduras
Eu quero poder te olhar
Sem ter de provar sempre
O quanto eu não te quero
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Quem é ela? Quem mesmo? Deixe-me lembrar...Não me lembro. - Allana B.
Quem É Ela está em todos os lugares. Quem É Ela te persegue. Quem É Ela sabe sua cor preferida, conhece cada fio do seu cabelo, conhece sua banda predileta. Quem É Ela sabe de tudo.
Quem É Ela é um nome muito grande, você prefere chamá-la de Quem Mesmo, ou, se se sente melhor, chama-a de Deixe-me Lembrar.
Quem Mesmo sabe que você anda correndo, que você meche no rosto quando está nervoso, que gosta de escrever. Deixe-me Lembrar sabe. Sabe que você gosta de contato com família, de marcas no corpo, de suspiros intermináveis.
Quem Mesmo conhece de cor a estória do seu livro preferido, sabe até o número de páginas, a quantidade de letras. Quem Mesmo gosta de te ver sorrir, ironizar, erguer as sobrancelhas quando não entende algo que Quem É Ela fala.
Deixe-me Lembrar gosta de quando você brinca, implica sutilmente. Deixe-me Lembrar gosta de quando você sorri, ou simplesmente acena, sem precisar pronunciar seu nome.
Um dia, talvez, tenha chamado-a de Não Me Lembro, cansado de Deixe-me Lembrar. Mas Quem É Ela sabe disso, e tenta não se importar. Na verdade, Quem É Ela prefere Deixe-me Lembrar. Deixe-me Lembrar dá uma ideia de esperança, sabe? Como os dias em que a areia da praia brilha no breu da noite.
Mas ela gosta de quase tudo. Quase tudo mesmo. Até de quando você reclama, briga. Entretanto, Deixe-me Lembrar sabe que mais tarde será chamada de Quem É Ela, e Quem É Ela odeia seu nome.
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