domingo, 26 de fevereiro de 2012

Em chamas - Allana B.

Eu conservei as peças intactas

Implorando por uma advertência

Sobre não exceder limites


Eu estou petrificada

Me agarrando aos seus sussurros

Ausentando antigas vulnerabilidades


Eu vejo novos sóis nascentes

Máscaras e faces se mesclam

E sombras estão em chamas

Fim - Allana B.

Quando os sons se calam e o vazio penetra sorrateiramente em você, é sinal que tudo chegou ao fim. E chegou. Sem vida, sem cor, sem nada. O fim gélido, acinzentado, coberto por essa neve espessa que eu jurava que seus olhos podiam derreter. O fim substantivo, das palavras fugidas, das pulsações paradas, do sangue estático. O fim, nosso fim. Fim das conversas amáveis, dos desejos, da saudade. Fim, fim, fim! Que transforma aquele não na minha vontade de te ver voltar clamando por um sim.

Dizer - Allana B.


De uns dias pra cá, nada tem sido mais forte que a sua voz na minha cabeça. E o seu jeito, e o seu cheiro, e tudo o que eu não canso de dizer.Todas as trocas de olhares, as carícias e as barreiras. Todos os sorrisos que compartilhamos e os medos que precisamos enfrentar. As brigas que se rendiam infielmente às delícas da reconciliação. E tudo o que você me disse, e todas essas noites que tenho passado sem dormir, apenas pra recordar cada detalhe, desde o timbre da sua voz até o som tímido da sua respiração. O sorriso que vem ficando estampado no meu rosto involuntáriamente, a inocência e o desejo na mais perfeita sinestesia. E o medo, o medo de que esse momento seja curto, breve. O medo que me faz segurar com todas as forças cada segundo ao seu lado, fixá-los na minha mente de qualquer maneira e explicar a você os motivos de nunca te deixar ir embora. E que seja eterna essa certeza de acordar sem medo de te ver partir, de abrir os olhos e encontrar você aqui.

Cartões Postais da Itália - Beirut


“Os nossos tempos/ Oh, quando o vento viria com chuva e neve/ Não eram tão maus/ Colocávamos nossos pés onde eles tinham, tinham que ir/ Nunca ir/ A alma despedaçada/ Seguindo próxima mas quase duas vezes mais lenta/ Nos meus bons tempos/ Sempre havia pedras de ouro para arremessar/ Naqueles que admitiam a derrota tarde demais/ Aqueles eram nossos tempos/ E eu amarei ver esse dia/ Esse dia é meu/ Quando ela vai casar comigo lá fora com os salgueiros/ E tocar as músicas que fizemos/ Elas me fizeram assim/ E eu amaria ver esse dia/ O dia dela era meu. “

E pela primeira vez durante todos esses anos, o meu quarto não parecia mais tão escuro.